Notícias Médicos podem ter paralisação nacional em 3 de julho root junho 24, 2013 Compartilhe As entidades médicas nacionais Associação Médica Brasileira (AMB), Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Federação Nacional dos Médicos (FENAM) estarão reunidas na próxima quarta-feira (26) com todas as lideranças nacionais visando a elaboração de calendário de manifestações e uma possível paralisação nacional dos médicos contra a importação de médicos formados no exterior. Na pauta de discussões, preveem-se, inicialmente, mobilizações estaduais na quinta-feira (27), porém dependerão das decisões do encontro com as lideranças. Há também uma sinalização inicial para 3 de julho, como data para a paralisação nacional dos médicos. Após pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff, na última sexta-feira (21), de que irá “trazer de imediato milhares de médicos” estrangeiros para atuarem no Brasil, as entidades médicas nacionais protestaram. Veja abaixo a carta aberta divulgada aos médicos e à população brasileira. Carta aberta aos médicos e à população brasileira A SAÚDE PÚBLICA E A VERGONHA NACIONAL Há alguns anos, a presidente Dilma Rousseff foi vítima de grave problema de saúde. O tratamento aconteceu em centros de excelência do país e sob a supervisão de homens e mulheres capacitados em escolas médicas brasileiras. O povo quer acesso ao mesmo e não quer ser tratado como cidadão de segunda categoria, tratado por médicos com formação duvidosa e em instalações precárias. Por isso, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) manifestam publicamente seu repúdio e extrema preocupação com o anúncio de “trazer de imediato milhares de médicos do exterior”, feito nesta sexta-feira (21), durante pronunciamento em cadeia de rádio e TV. O caminho trilhado é de alto risco e simboliza uma vergonha nacional. Ele expõe a população, sobretudo a parcela mais vulnerável e carente, à ação de pessoas cujos conhecimentos e competências não foram devidamente comprovados. Além disso, tem valor inócuo, paliativo, populista e esconde os reais problemas que afetam o Sistema Único de Saúde (SUS). Será que os “médicos importados” – sem qualquer critério de avaliação ou com diplomas validados com regras duvidosas – compensarão a falta de leitos, de medicamentos, as ambulâncias paradas por falta de combustível, as infiltrações nas paredes e as goteiras nos hospitais? Onde estão as medidas para dotar os serviços de infraestrutura e de recursos humanos valorizados? Qual o destino dos R$ 17 bilhões do orçamento do Governo Federal para a saúde que não foram aplicados como deveriam, em 2012? Porque vetaram artigos da Emenda Constitucional 29, que se tivesse colocada em prática teria permitido uma revolução na saúde? Os protestos não pedem “médicos estrangeiros”, mas um SUS público, integral, gratuito, de qualidade e acessível a todos. É preciso reconhecer que é a falta de investimentos e a gestão incompetente desse sistema que afastam os médicos brasileiros do interior e da rede pública, agravando o caos na assistência. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), os Governos de países com economias mais frágeis investem mais que o Brasil no setor. Na Argentina, o percentual de aplicação fica em 66%. No Brasil, esbarra em 47%. O apelo desesperado das ruas é por mais investimentos do Estado em saúde. É assim que o Brasil terá a saúde e os “hospitais padrão Fifa”, exigidos pela população, e não com a “importação de médicos”. A AMB, a ANMR, o CFM e a Fenam – assim como outras entidades e instituições, os 400 mil médicos brasileiros e a população conscientes da fragilidade da proposta de “importação” – não admitirão que se coloque em risco o futuro de um modelo enraizado na nossa Constituição e a vida de nossos cidadãos. Para tanto, tomarão todas as medidas possíveis, inclusive jurídicas, para assegurar o Estado Democrático de Direito no país, com base na dignidade humana. ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA (AMB) ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MÉDICOS RESIDENTES (ANMR) CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM) FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS (FENAM) Fonte: http://www.amb.org.br/Site/Home/NOTÍCIAS/MÉDICOS-PODEM-TER-PARALISAÇÃO-NACIONAL–EM-3-DE-JULHO%2036896.cnt Navegação de Post AnteriorAção da AMB x Ministro da Saúde – Dr. Alexandre Padilha e seus protocolosPróximoCarta aberta aos médicos e à população brasileira