Tutorial 516 – Avaliação Pré-operatória da Capacidade Funcional

Nabeela Arbee-Kalidas1†, Kashmira Purbhoo2
1Anaesthetic Registrar, Rahima Moosa Mother & Child Hospital, South Africa
2Specialist Anaesthetist, Helen Joseph Hospital, South Africa
Edited by: Dr. Alison Jackson, Specialist Anaesthetist, Waikato Hospital, New Zealand
Corresponding author email: nabeela_arbee@yahoo.com

PONTOS CHAVE

  • A capacidade funcional serve como uma medida valiosa da habilidade do corpo para responder
    efetivamente e adaptar-se ao estresse fisiológico, desempenhando um papel crucial na avaliação do
    risco pré-operatório.
  • Métodos subjetivos de avaliação incluem determinar equivalentes metabólicos (METs), realizar o
    questionário DASI ( Índice de Status de Atividade de Duke) ou perguntar aos pacientes sobre sua
    capacidade de subir dois lances de escada.
  • Métodos objetivos de avaliação incluem o Teste de Caminhada Incremental (ISWT), o Teste de
    Caminhada de Seis Minutos (6MWT), o Teste de Subida de Escadas ou o padrão ouro Teste de
    Exercício Cardiopulmonar (CPET).
  • A literatura difere sobre a sensibilidade e especificidade de cada método e os diferentes limiares
    para diferentes populações cirúrgicas.
  • Atualmente, não existe uma única ferramenta ideal para avaliar a capacidade funcional antes da
    cirurgia não cardíaca.

INTRODUÇÃO
A avaliação de risco pré-operatório desempenha um papel crucial na identificação de pacientes com
risco aumentado de morbidade e mortalidade perioperatória. Ela permite que os clínicos tomem
decisões informadas a respeito da seleção de pacientes para cirurgia, implementem estratégias de
otimização pré-operatória, orientem o manejo intraoperatório, planejem recursos pós-operatórios
adequados e minimizem o risco de complicações evitáveis. Avaliar a capacidade funcional é um
componente integral da avaliação de risco pré-operatório abrangente.

A capacidade funcional é a atividade física máxima que um indivíduo é capaz de realizar e serve
como uma medida valiosa da capacidade do corpo de responder efetivamente e se adaptar ao
estresse fisiológico. Pacientes com boa capacidade funcional têm uma menor suscetibilidade a várias
complicações pós-operatórias, incluindo infecções do sítio cirúrgico, problemas respiratórios como
pneumonia, complicações cardíacas como infarto do miocárdio, além de menores períodos de
internação hospitalar e taxas de mortalidade reduzidas.

Este tutorial visa fornecer uma visão geral dos métodos subjetivos e objetivos usados para avaliar a
capacidade funcional. Ele abordará o procedimento de cada teste, destacará suas respectivas
vantagens e desvantagens, explorará sua aplicabilidade clínica e validade e examinará como cada
teste se correlaciona com o padrão ouro. Ao cobrir esses aspectos, este tutorial tem como objetivo
aprimorar o entendimento e o conhecimento a respeito da avaliação perioperatória da capacidade
funcional.

É importante notar que a avaliação da capacidade funcional pode ser menos precisa em certas
populações. Na população idosa, a capacidade funcional não avalia a fragilidade, a presença de
demência ou declínio neurocognitivo. Além disso, mudanças no equilíbrio e flexibilidade podem
tornar a avaliação desafiadora. Na população obesa, as alterações na capacidade funcional podem
estar relacionadas a percepções psicológicas (medo ou vergonha) devido a estigmas sociais ou
sarcopenia relacionada à obesidade. Em pacientes com patologia musculoesquelética, a atividade
física pode ser limitada pela dor ou imobilidade e não necessariamente devido a limitações
cardiopulmonares.

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