Tutorial 472 – Metadona e Buprenorfina para o tratamento da dor aguda pós-operatória

Dr Shravya Karna1†, Dr Alex Konstantatos2
1Companheiro anestésico, The Alfred, Melbourne, Australia
2Consultor anestésico, The Alfred, Melbourne, Australia
Editado por: Dr. David Pescod, Professor Associado, Anestesista, Northern Health, Melbourne, Austrália
†Email do autor corrrespondente: shravyakarna@gmail.com
Publicado em 17 de maio de 2022

PONTOS-CHAVE

  • Metadona e buprenorfina possuem características únicas que são vantajosas no tratamento da dor aguda pós-
    operatória.
  • Ambos os agentes utilizados no período perioperatório demonstraram diminuir as necessidades totais de opioides,
    atenuar os efeitos colaterais relacionados aos opioides e melhorar os escores de dor.
  • A duração prolongada da ação da metadona, juntamente com seus efeitos opioides e antineuropáticos, torna-a um
    potente agente analgésico.
  • A buprenorfina sublingual e transdérmica oferece uma excelente alternativa para analgesia em pacientes que não
    têm ingestão oral no pós-operatório.
  • Os médicos devem estar atentos aos efeitos colaterais e ao potencial de depressão respiratória, particularmente
    em pacientes de alto risco.

INTRODUÇÃO
A dor pós-operatória mal controlada pode dificultar a recuperação funcional, diminuir a satisfação do paciente, aumentar as complicações pós-cirúrgicas e impor demandas aos recursos hospitalares.1–3 Menos de 50% dos pacientes submetidos à cirurgia relatam dor adequadamente controlada.2 A gestão da dor pós-operatória depende da inclusão cautelosa de opioides com desescalonamento rápido e oportuno. Os opioides no repertório médico eram tradicionalmente distinguidos por suas propriedades farmacocinéticas (por exemplo, início, deslocamento, duração da ação). No entanto, os opioides
contemporâneos exibem diferenças significativas nos perfis farmacocinético e farmacodinâmico, permitindo regimes mais personalizados minimizando efeitos colaterais indesejáveis. Apesar disso, as complicações relacionadas aos opioides persistem e podem até perpetuar a dor refratária. Metadona e buprenorfina possuem características únicas. Ambos os opioides têm sido usados há muito tempo para o manejo de pacientes com dor crônica e/ou câncer e como terapia de manutenção para pacientes com transtorno por uso de opioides. O uso de metadona e buprenorfina no manejo da dor aguda pós-operatória é uma estratégia emergente, oferecendo vantagens em relação aos opioides convencionais. O tutorial a seguir discutirá o uso clínico de ambos os agentes para o manejo da dor aguda pós-operatória em pacientes virgens de opiáceos.

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