Notícias Carta dos Médicos do Brasil à Nação mauricio março 15, 2021 Compartilhe “Nós, os médicos, estaremos sempre disponíveis para ajudar; e ajudaremos. Mas não trazemos a solução; hoje não a temos. A solução para a Covid não está nas mãos de mais de meio milhão de médicos do Brasil. Será resultado das aqitudes responsáveis e solidárias de cada um dos cidadãos do País e das autoridades públicas responsáveis por implantar as medidas efetivas que se fazem necessárias para mitigar a enorme dor e sofrimento da população brasileira.” Trecho tirado da Carta dos Médicos do Brasil à Nação, publicada em 15 de março de 2021 A Sociedade Brasileira de Anestesiologia, assim como outras entidades da medicina, assinou carta da Associação Médica Brasileira (AMB) que abordou questões sensíveis sobre a Covid-19, bem como fez um resgate histórico do avanço da pandemia no Brasil, apelando para que a população seja consciente sobre as medidas de distanciamento. Abaixo, alguns trechos da carta: Faz um ano, o Brasil registrava a primeira morte pelo vírus SARS-Cov-2, era março de 2020. Aos 9 de maio, marcávamos 10.000 vidas perdidas no embate com o novo coronavírus no país. Um mês após, mais um registro assustador: 1 milhão de infectados. Chegamos a 100.000 mortes em agosto de 2020 e a 200.000, cinco meses depois, em janeiro de 2021. > Acesse o documento na íntegra De janeiro para cá, passados pouco mais de dois meses, os números de infectados e os de mortes explodiram: hoje, caminhamos tristemente para contabilizar 300.000 óbitos. Os casos no País já vão para 12 milhões. A progressão exponencial da epidemia evidencia insuficiências na rede de saúde. A realidade é que não há leitos em quantidade necessária para fazer frente à elevação vertiginosa da demanda; os profissionais de saúde, entre os quais, nós, os médicos, chegamos à exaustão, além da perda de várias vidas. Numericamente, já faltamos em várias regiões para atender esta demanda de casos jamais imaginada. É nosso mais grave momento dessa emergência em saúde coletiva. A Covid-19 se mantém em ascensão e todos os números e carências tendem a piorar, se não houver uma resposta firme e coordenada. O Brasil requer união de suas inteligências, da soma de conhecimentos científicos, de estratégias unificadas e ação imediata. Não pode prevalecer a máxima do cada um por si. Nós médicos, por ética, retidão e compromisso com os pacientes, dizemos claramente à Nação: o controle da situação nos foge às mãos, pois não estão sob nosso comando as ações e nem a gestão da saúde. Nosso diagnóstico é de que apenas a obediência às regras de proteção – como o distanciamento social e o uso correto de máscara -, as iniciativas contínuas de testagem e rastreio de contactantes, juntamente com a vacinação em larga escala, são capazes de oferecer melhor prognóstico à população brasileira. Vacinas já. Essa é a ideia que deve unir e reunir todos os brasileiros, em um só coro, de mãos dadas. Juntos, precisamos trabalhar urgentemente pela revisão de caminhos e prioridades. Precisamos de certezas. Não podemos viver de estimativas que não encontrem respaldo na realidade. Precisamos saber exatamente quantas doses de vacinas teremos e quando efetivamente elas serão disponibilizadas para a população. Um vai e vem de informações desencontradas, uma dança de números de eventuais lotes de vacinas que deverão chegar e depois não chegam só leva ao descrédito das autoridades de saúde e a desalento na população. Soluções concretas, e não promessas vazias, é o que precisamos. E já! Temos de reafirmar, lembrar e relembrar, a cada instante, que o distanciamento social e uso de máscara salvam vidas. O remédio indispensável agora é a visão cidadã. Em 11 de março, esse senso de coletividade e solidariedade estava – permita-nos uma figura de linguagem simples para ilustrar – na Unidade de Terapia Intensiva. A adesão ao isolamento no País era de 33,4%. Baixíssima. Diante do quadro de dificuldades e incertezas, também conclamamos cada um dos médicos do Brasil a ser um agente multiplicador da Medicina de excelência e da Ciência junto a todos os pacientes, aos colegas de trabalho e em seus círculos familiares e de amizades. Desmentir fake news e reforçar a relevância das regras de prevenção devem ser tarefas diárias. Assim também salvamos vidas. Aproveitamos para comunicar aos cidadãos a criação do Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid-19 (CEM COVID_AMB), composto pela Associação Médica Brasileira, com suas 27 federadas estaduais, e pelo conjunto das suas 54 sociedades de especialidades do País. O CEM funcionará em regime permanente, enquanto durar a crise. Terá um núcleo executivo formado por médicos com legítima autoridade no campo da prevenção e da atenção aos pacientes acometidos pela doença. Monitorará permanentemente a pandemia em todo o território nacional e as ações dos órgãos responsáveis pela saúde pública, com o intuito de consolidar informações e, a partir de cenários atualizados, transmitir orientações periódicas de conduta para cuidados e prevenção aos cidadãos e aos profissionais da Medicina. Destacamos, por fim, que o momento torna necessárias comunicações recorrentes com esclarecimentos e orientações à saúde, por mais simples que pareçam. São elas a vacina, o combate às fake news e a conscientização individual e coletiva para as medidas gerais de prevenção. Boletim 01/2021 – Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid-19 (CEM COVID_AMB) A vacinação em massa, para todas as pessoas, é a medida ideal para controlarmos a velocidade de propagação do vírus. Entretanto, é impossível afirmar, nesse instante, em que momento isso ocorrerá; Diante de tal quadro, o distanciamento social, com a menor circulação possível de pessoas, é conduta essencial para conter a propagação viral; A conscientização e a atitude cidadã devem prevalecer sobre quaisquer outros aspectos e as regras preventivas seguidas à risca: Uso correto de máscara – sempre Distanciamento social Evitar aglomerações Manter o ambiente bem ventilado e higienizando Ficar em isolamento respiratório assim que houver suspeita de Covid-19 Higienizar frequentemente as mãos, com água e sabão ou álcool gel a 70%. Navegação de Post AnteriorSBA Podcast #EP12: Suporte Avançado de Vida em AnestesiaPróximoAcesse os Tutoriais Covid-19 2ª Onda