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Boletim Minuto Especial: Dia Mundial da Anestesia

Talvez não exista nenhum avanço no conhecimento da medicina que tenha aliviado mais o sofrimento humano que a descoberta da anestesia. Esse grande presente para a humanidade foi dado por três norte-americanos: Crawford W. Long, Horace Well e William Thomas Green Morton. Esse último revolucionou a medicina, no dia 16 de outubro de 1846, ao usar o éter sulfúrico como indutor da anestesia na que ficou conhecida como a primeira intervenção cirúrgica realizada com anestesia geral durante a extirpação de um tumor de pescoço. 

Depois de 175 anos, na mesma data, o mundo celebra o Dia Mundial da Anestesia, um momento de reconhecer o trabalho de milhares de anestesiologistas no Brasil e no mundo, que são os responsáveis por cuidar do paciente no momento de maior fragilidade, proporcionando segurança e bem-estar durante todo o procedimento. 

No Brasil, antes mesmo da fundação da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), dezenas de médicos já discutiam a importância da organização de um grupo para a prevenção de acidentes ligados ao ato anestésico, a promoção da especialidade e a representação profissional. Em 1939, Mario Castro de Almeida Filho, Oscar Vasconcellos Ribeiro e Ivo Lazzarini criaram o primeiro serviço profissional de anestesia na cidade do Rio de Janeiro, o Serviço Médico de Anestesia (SMA). A evolução da anestesia nessa época deveu-se à anestesia geral, que possibilitou o uso de novos equipamentos, como os aparelhos McKesson e Heidbrink, e o emprego de agentes inéditos, como o ciclopropano, usado pela primeira vez no Brasil por Álvaro de Araújo Sales, em 1936.  

Durante algumas décadas, em pleno século XX, a anestesia era administrada por pessoas não credenciadas, como acadêmicos de medicina, irmãs de caridade, atendentes de enfermagem, parteiras leigas, farmacêuticos e até mesmo pessoas que não tinham nenhuma relação com a área médica; até serventes ou ex-pacientes eram chamados para desempenhar a função de administrar o “cheiro” sob o comando, a distância, do cirurgião.  

Com o número crescente de médicos e estudantes interessados em anestesia, clínicas e hospitais foram, paulatinamente, organizando seus serviços de anestesia. No início da década de 1940, diversos colegas passaram a se entusiasmar pela nova especialidade. 

Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) surgiu há pouco mais de 70 anos, em 1948, e desde então abraça a bandeira da representação profissional em paralelo com a formação e certificação de profissionais médicos, ações também essenciais para a evolução contínua da especialidade.   

Fonte: Sociedade Brasileira de Anestesiologia: 65 Anos de História. Editores: Airton Bagatini, Michelle Sales e Silva e Maria de Las Mercedes G. Martin de Azevedo. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Anestesiologia/SBA, 2013. 176 p.; 24,5 cm; ilust.