Download em PDF Clique aqui e associe-se agora à Sociedade Brasileira de anestesiologia e tenha acesso a esta publicação e outros conteúdos exclusivos. Artigo: Alimentação e jejum na gestante e parturiente Categoria: Anestesia em Obstetrícia Alexandre Dubeux- Membro do Comitê de Anestesia Obstétrica da SBA. Em seu famoso artigo, Curtis L. Mendelson relatou casos de aspiração pulmonar em pacientes submetidas à anestesia obstétrica entre 1932 e 1945. Quase um século se passou, e seu trabalho ainda é usado por vários profissionais quando se discute sobre políticas de jejum em pacientes cirúrgicos, sejam eles obstétricos ou não. Assim, a respeito de tal artigo, podem se destacar algumas informações importantes (1): De 44016 gestantes, 66 apresentaram quadro de aspiração pulmonar, representando 0,15% dessas pacientes. A técnica anestésica utilizada foi anestesia inalatória (N2 O + O2 + éter). Em 68% (45 pacientes) a aspiração foi identificada na hora do procedimento, sendo conteúdo líquido visto em 40 delas e sólido nas outras 5. Os procedimentos incluíram parto vaginal (29casos), cesariana (14 casos) e outros (23 casos). A aspiração de conteúdo sólido foi a principal causa de mortalidade, com 2 mortes para 5 casos. A aspiração de conteúdo líquido não resultou em óbitos. O quadro clínico mais comum nas aspirações líquidas foi cianose, taquicardia e dispneia, com estabilização em 24 a 36 horas. Outras complicações incluíram pneumonia (n=6) e abcesso pulmonar (n=2). Em cobaias, a aspiração de conteúdo sólido foi igualmente catastrófica; a aspiração de solução de ácido clorídrico ou vômito líquido humano causou lesão tecidual significativa. Já a aspiração de água destilada, solução salina isotônica ou vômito líquido humano com pH neutralizado apresentou repercussões clínicas transitórias, porém sem alterações radiográficas nos pulmões e mínimas alterações no exame histopatológico. O esvaziamento gástrico está lentificado durante o trabalho de parto. Ofertar alimentos sólidos durante o trabalho de parto pode ser perigoso. Mesmo em jejum, a quantidade de ácido clorídrico produzido pela parturiente pode ser suficiente para produzir grave dano ao ser aspirado. Intervenções propostas pelo autor para redução de risco foram: jejum, hidratação parenteral (em casos selecionados), vômito induzido, antiácidos e anestesia regional (1). Referências: 1. Mendelson CL. The aspiration of stomach contents into the lungs during obstetric anesthesia. Am J Obstet Gynecol 1946; 52:191–205. Clique no botão abaixo e leia o artigo na íntegra na Anestesia em Revista - Ano 2023 | Número 2 Leia a Anestesia em Revista na íntegra