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Anestesiologistas usam rede virtual para debater especialidade

A comunicação virtual abre mil e uma oportunidades para a interação profissional. Que o digam os anestesiologistas brasileiros, que se organizam em grupos, seja no Facebook, Telegram, WhatsApp, Evernote ou outras redes sociais. As experiências são as mais diversas:

“Nosso grupo existe desde 2011 e já temos mais de 6.500 integrantes, entre profissionais formados ou cursando residência. A grande maioria é de brasileiros, mas há alguns colegMárcio Lacerdaas de outros países latino-americanos”, afirma Márcio Lacerda (RJ), um dos administradores do grupo Anestesistas e Anestesiologistas.

O grupo fechado no Facebook foi criado por duas anestesiologistas de Pernambuco,  Ana Paola Morais Arruda e Maria Cristina Molina, que já deixaram a administração, hoje assumida por Lacerda e seus colegas Richard dos Santos Pereira (RJ/RS) e Carlos Rogério Degrandi Oliveira (SP).

Os temas em debate são relacionados à profissão: casos clínicos, questões salariais, condições de trabalho, procedimentos, como cobrar serviços, códigos, ou seja, assuntos do cotidiano e científicos. “No começo havia lazer também, mas decidimos separar as coisas, porque, caso contrário, perderia a razão de ser do grupo”, afirma Lacerda.

Algumas discussões são vetadas, como política. “O Brasil está muito polarizado, não entra de jeito nenhum. Outro dia pediram para divulgar propostas para eleição de um conselho regional de medicina, mas preferimos não entrar nesse debate também, porque acaba dando briga. Então, nem política nacional, nem política interna da categoria”, explica Lacerda.

Para  Richard dos Santos Pereira, outro administrador do grupo, a vantagem das redes sociais é a circulação das informações. “No grupo surge um fórum de discussão instantâneo a partir de uma dúvida, um caso. O artigo que saiu numa revista, uma informação nova, tudo é colocado ali para debate de forma dinâmica. Não substitui outras formas de atualização, mas é um importante lugar de troca de experiências”.

Richard 2

Na sua avaliação, a presença de diretores da SBA em grupos como o Anestesistas e Anestesiologistas só vem a acrescentar importância para a discussão. “Como membros da diretoria da SBA, eles captam as angústias e questionamentos e nos dão respostas. Isso é fundamental”, explica Richard.

Administrador de grupos nos aplicativos Telegram, WhatsApp e Evernote, Celso Schmalfuss Nogueira (SP) afirma que “o maior objetivo (da interação nas redes) é disponibilizar, de forma contínua e facilitada, conhecimento científico para os colegas que estão iniciando na especialidade e para aqueles que têm dificuldade em participar de eventos científicos”.

No Telegram, o maior grupo conta com 5715 participantes. No Evernote participam mais de 4000 pessoas. No WhatsApp os grupos são menores.

Nos grupos que administra, predominam como integrantes anestesistas, mas há também médicos de outras especialidades e alguns estudantes de medicina. “Os grupos não são abertos, mas não são hermeticamente fechados. Existem invasões. Mas estamos sempre atentos para intervir”, explica. Entre os assuntos mais discutidos estão questões relacionadas a vias aéreas, anestesia para cirurgia cardíaca, para neurocirurgia e reposição volêmica.

Na sua avaliação, as redes são hoje “a forma mais rápida, quase instantânea de troca de conhecimentos e experiências profissionais”. Ele também cita a participação de membros da SBA nos grupos: “podem contribuir com suas opiniões e com material de apoio”. E faz duas sugestões: “Penso que a SBA poderia, além do que dispõe na sua homepage, criar um APP para disponibilizar conhecimento científico de forma continuada e facilitada. Da mesma forma, nas redes sociais já existentes, poderia criar e administrar um grupo que, tenho certeza, seria de excelente qualidade, tendo em vista o grande número de colegas que compõem a diretoria, Comissão Científica, comissões e comitês e que poderiam facilmente alimentar com grande qualidade esta rede”.

 

Grupos para além da discussão sobre anestesia

Para além dos debates científicos e profissionais, os anestesiologistas estão nas redes sociais também falando de outros temas. Há grupos sobre viagens e história, por exemplo. Um deles é o Anestesistas pelo Mundo, que na sua descrição diz que é um “grupo de discussão, formado exclusivamente por médicos anestesiologistas e residentes em anestesiologia, para troca de idéias e experiências adquiridas durante as viagens realizadas pelos colegas para qualquer lugar do mundo”. Ali estão dicas de hospedagem, alimentação, hábitos locais, principais pontos a visitar e até mesmo dificuldades encontradas durante as viagens.

Anestesistas e Amigos que gostam de História   é outro grupo que reúne “quem gosta de história sem ideologias e lê todas as opiniões sem restrições”.  

Há, ainda, o  Projeto História da Anestesiologia  que foi criado para coletar fatos relacionados à história da Anestesiologia no Brasil. Ali estão informações sobre pesquisas de medicamentos, equipamentos e registro de anestesistas que fizeram história no país.

 

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