Por Comitê de Anestesia em Obstetrícia
Dra. Fatima Carneiro Fernandes, dr. Luis Fernando Castro e dr. Alexandre Dubeux

O Dia Mundial da Segurança do Paciente (DMSP) foi estabelecido em 2019, pela 72º Assembléia Mundial da Saúde, por meio da adoção da resolução WHA72.6 – “Ação global para a segurança do paciente”. O Dia está alicerçado no princípio fundamental da medicina – primeiro, não faça mal. Os objetivos são melhorar a compreensão global da segurança do paciente, aumentar o envolvimento público na segurança da saúde e promover ações globais para prevenir e reduzir os danos evitáveis na saúde. A cada ano, um tema é selecionado para lançar luz sobre uma área prioritária crítica para a segurança do paciente e, em última instância, o alcance da cobertura universal de saúde. 

O tema escolhido para o DMSP 2021 foi “Cuidado Materno e Neonatal Seguro”. As metas do ODS 3 ainda estão longe de ser alcançadas. O problema foi agravado pela pandemia Covid-19, que levou à interrupção dos serviços essenciais de saúde devido a quebras nas cadeias de abastecimento, incapacidade das mulheres de acesso a cuidados e falta de profissionais de saúde qualificados.

Mesmo antes da pandemia, cerca de 810 mulheres e 6.700 recém-nascidos morriam diariamente, com as causas ocorrendo principalmente na época do parto. No Brasil, estima-se 68 mulheres mortas a cada 100.000 nascidos vivos. Cerca de 2 milhões de bebês nascem mortos todos os anos, com mais de 40% ocorrendo durante o parto. 

A campanha global propõe uma ampla gama de atividades a serem implementadas em e por volta de 17 de setembro de 2021, incluindo a organização de eventos técnicos e de defesa, iluminando monumentos icônicos, pontos de referência e locais públicos em laranja (a marca registrada de campanha) e o lançamento das metas do DMSP 2021–2022, que são: equidade, respeito, redes de atenção, parto adequado, prevenção da mortalidade materna, pré-natal, prevenção da prematuridade, letramento, empoderamento e engajamento, participação da família e da comunidade.

E dessa forma também foi criada uma Aliança para o Parto Seguro e Respeitoso com mais de 30 instituições aqui no Brasil. A OMS incentiva todas as partes interessadas a se unirem à campanha global para promover esforços coletivos para cuidados maternos e neonatais seguros, especialmente durante o parto.