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As atividades remotas e os impactos na saúde do anestesiologista

Pela primeira vez, o Simpósio de Saúde Ocupacional (SISO) discutiu os impactos da atividade remota através de palestras que abordaram o sedentarismo, a saúde ocular e os aspectos psicológicos. A mesa “A Saúde do Anestesiologista nas Atividades Remotas” foi moderada pelo dr. Mauro Azevedo, membro da Comissão de Saúde Ocupacional, organizadora do evento ao lado da diretoria de Defesa Profissional. A nona edição do SISO ocorreu no último sábado (21), totalmente on-line e contou com mais de 700 participantes.

O painel teve como foco discutir os resultados da pandemia no aspecto pessoal do profissional, na saúde mental e física. “Não acredito que haja algum ser humano que não tenha sido impactado psicologicamente e fisicamente pela pandemia, especialmente com a transformação do home office”, destacou o moderador. Presente na mesa, a psicóloga e especialista em psicologia organizacional e do trabalho, dra. Maria Cristina Costa Consalter.

“As mudanças aconteceram de uma forma muito rápida, sem tempo para preparação. Eu fico pensando que para um anestesiologista, que precisa estar diretamente no local de trabalho para fazer determinados procedimentos, estar em casa representa uma mudança na forma de trabalhar e uma necessidade de adaptação”.

Para tornar a mudança mais visual, dra. Maria Cristina, apresentou uma linha do tempo dessa mudança. Nela, no início da jornada, como marco, é possível visualizar a mudança na rotina, seguida pelas consultas remotas, o menor contato com os pacientes que culminou na redução das cirurgias e na ansiedade e estresse.

A psicóloga destacou que a Saúde mental é formada por um conjunto de recursos que apoia o profissional. Ela explicou que uma questão importante na equação é a autoaceitação, pois “quando eu me aceito, maiores são as minhas possibilidades de fazer a mudança”. Aliada a esta temos o amor-próprio e a existência de um propósito de vida, pensando além do aqui e agora. “A vida é maior do que a profissão e a carreira”, disse.

O amor-próprio, mencionado pela psicóloga, é um dos principais motivos, segundo a dra. Ana Paula Simões, de convencimento para que as pessoas comecem a praticar exercícios.  A palestrante, que é presidente da Sociedade Paulista de Medicina do Esporte, trouxe reflexões importantes durante o SISO, sinalizando que sempre há tempo para cuidar da saúde.  “A primeira coisa é buscar dentro de você o motivo pelo qual está se boicotando”.

Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), até 5 milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas no mundo com um aumento da atividade física. “Desde pequeno, ao estimular uma atividade física, você já mentaliza hábitos e rotina”,  disse dra. Ana Paula.

Dra. Ana Paula fez um paralelo entre a medicina e o esporte, mostrando que ambas as áreas têm muito em comum, uma vez que para atuar nelas é necessário ter disciplina, cooperação, competitividade, foco e escolha. “Praticar esporte vai influenciar nas suas emoções e na sua concentração”.