Notícias 10 passos para a teleconsulta pré-anestésica (TCPA) mauricio junho 14, 2021 Compartilhe Por dr. Antônio Roberto Carraretto Com a chegada da pandemia, a anestesiologia sofreu grandes mudanças na prática e entre elas a da Avaliação Pré-Anestésica (APA). 1- Escolher uma plataforma de comunicação com os requisitos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) para o armazenamento dos dados da consulta e comunicação por áudio e vídeo(1). As plataformas de mídias sociais, sem estes requisitos, não devem ser utilizadas. 2- Escolher um sistema capaz de gerar uma documentação, a ser enviada para o paciente, que deve constar no mínimo de: 1) Ficha de APA (FAPA) com o registro da Avaliação Clínica durante a coleta de dados do paciente; 2) Orientações sobre o período pré-operatório, como: jejum, uso das medicações e outras julgadas importantes; 3) Termo de Consentimento Livre e Esclarecido sobre o ato anestésico(2) . 3- Apresentar-se e identificar o paciente, solicitando a permissão para a gravação, caso ocorra. A linguagem da comunicação deve ser clara e adequada ao nível de entendimento do paciente (ou seu auxiliar). 4- Desenvolver o relacionamento médico-paciente explicando-lhe: 1) como transcorrerá a consulta e que vai auxiliá-lo (inclusive nas dificuldades técnicas); 2) que o anestesiologista do ato irá verificar as informações e reexaminá-lo e 3) que está disponível para o esclarecimento de dúvidas. 5- Verificar e anotar na FAPA a história clínica, as observações de outros médicos, as medicações em uso, histórias de alergias, procedimentos anestésicos anteriores e eventos de importância e a história familiar (2). 6- O exame físico, apesar de possível na maioria das consultas, pode ser limitado pela qualidade das imagens durante a conexão, bem como pelo grau de entendimento do paciente. Na via aérea podemos avaliar a abertura da boca (inserção dos 3 dedos), mordedura do lábio superior, alinhamento da arcada dentária superior com a inferior, presença de próteses móveis e implantes, visão geral do pescoço com flexão e extensão. Poderão ser observadas e anotadas outras alterações indicadas pelo paciente. 7- A verificação dos resultados dos exames complementares poderá ser realizada por: 1) envio prévio dos exames, pelo paciente na plataforma apropriada; 2) informações do paciente de que o médico já viu e atestou normalidade; 3) leitura de exames específicos, baseados na história clínica (quanto está a sua glicose?). A visualização dos papéis, pela câmera do paciente, de forma rotineira não é prática. Informar que os exames serão revistos pelo anestesiologista (2). 8- Pacientes pediátricos, dependendo da idade, devem ser auxiliados pelos pais ou responsável, identificado e anotado, para melhor precisão das informações (3). Pacientes idosos, sem capacidade de operar a tecnologia, podem ser auxiliados por pessoa de confiança, também identificados e anotados. Na ocasião, a verificação do grau de fragilidade e limitações pode determinar a condução para uma consulta presencial (4) . 9- Ao fim da consulta, verificar o entendimento da consulta com as perguntas: 1) O Sr./Sra. acha que eu perguntei tudo sobre sua saúde ou tem mais alguma coisa para acrescentar? 2) Conseguiu entender tudo o que conversamos ou ainda tem alguma dúvida? 3) Posso ajudar em algo mais? 10- Antes de encerrar, esclarecer sobre como serão enviados os documentos a serem impressos a levados no dia do procedimento e finalizando: 1) verifique o grau de entendimento e satisfação do paciente; 2) agradeça a oportunidade de atendê-lo; 3) disponibilize-se para outro atendimento. – A TCPA, apesar de suas limitações, deverá permanecer na prática, mas não hesite em encaminhar para o atendimento presencial caso se sinta impossibilitado de proceder a avaliação. Neste momento, só atendemos pacientes de estado físico ASA I e II (5) . Os preceitos éticos e a obediência as regulamentações são as mesmas do atendimento presencial. – A prática desta rotina permite a realização de uma APA eficiente e com um sorriso de satisfação e agradecimento por uma imensa maioria dos pacientes. Referências Bibliográficas 1- Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD -2018/19) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13709compilado.htm (acessado em: 11/06/2021) 2- CFM: Resolução 2.174/2017, https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2017/2174 (acessado em: 11/06/2021) 3- CFM Parecer 25/2013, https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/pareceres/BR/2013/25 (acessado em: 11/06/2021) 4- Rodrigues, M.K. et al. J Frailty Aging. 2021;10(1):38-43. 5- SBA: Recomendações da SBA para teleconsulta pré-anestésica para cirurgias eletivas durante a vigência da Covid-19: https://www.sbahq.org/recomendacoes-da-sba-para-teleconsulta-pre-anestesica-para-cirurgias-eletivas-durante-a-vigencia-da-covid-19/ (acessado em: 11/06/2021) Navegação de Post AnteriorPlataforma de telemedicina é parceira do Clube de benefícios SBAPróximoO uso da telemedicina na prática da anestesia