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17 de Setembro – Dia Mundial da Segurança do Paciente

Por dra. Michelle Nacur
No dia 16 de outubro de 1846 W. T. G. Morton faz a primeira demonstração pública da anestesia. Pouco menos de 2 anos depois foi relatado o primeiro óbito atribuído ao clorofórmio. Entre 1948 e 1952 foi realizado o primeiro estudo sobre eventos adversos em anestesia, sendo analisados 599.548 procedimentos cirúrgicos. Na época foi reportada 1 morte a cada 1560 anestesias e foi dito que anestesia matava mais que a poliomielite.

Entretanto, naquela época, R. Macintosh desafiou a visão que as mortes sob anestesia eram inevitáveis. Afirmando que eram frequentemente devido a falhas humanas e que poderiam sim, ser evitadas. Desde então, os anestesiologistas começaram a se preocupar com o tema segurança, tornando-se pioneiros em iniciativas para redução de danos evitáveis. Começou-se então a abordar o problema do erro.

A mortalidade devido a causas anestésicas reduziu drasticamente a partir da década de 90 com o advento do oxímetro e capnografo. A dramática melhora na segurança do paciente em anestesia nos últimos 30 anos não pode ser atribuída apenas aos monitores eletrônicos, mas, em grande parte, por um conjunto de comportamentos conhecidos como “monitoramentos de segurança”, que se tornou mais eficaz ao estender ao comportamento humano e o reconhecimento de que a vigilância contínua é imprescindível para a segurança do ato anestésico, tanto é que a  palavra “vigilância” é o centro do selo e o lema da American  Society of Anesthesiologist.

Conceitualmente pode-se dizer que a segurança do paciente é um paradigma específico que se originou na prática anestésica identificando os danos evitáveis causados por cuidados médicos e tentando evitá-los.

Em 2010, os principais líderes das sociedades que representam a especialidade de anestesiologia passaram a ser signatários da Declaração de Helsinque e formalizaram um consenso que incluía a segurança dos pacientes no perioperatório, mostrando mais uma vez que a anestesiologia tem um papel-chave na melhoria da segurança do paciente.

Os desafios hoje são manter essa melhora em face das pressões que ameaçam os ganhos, estender essa melhora a aspectos adicionais dos cuidados com a anestesia e ajudar a instalar os componentes da cultura da segurança em todo o ambiente hospitalar.